Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Pedro Bessone Basto

Rallye Internacional de Lisboa (Estoril) 1952. Partido de Lisboa, em frente à sede do Automóvel Clube de Portugal, o Porsche 356 Pré-A de Pedro Bessone Basto não chegaria ao Estoril, tendo abandonado a prova por avaria.
Foto - Centro de Documentação do ACP


Variações Sobre um Mesmo Tema

Tem tido uma vida atribulada o agora (finalmente?) recuperado EA-50-93, um bonito Cabrio Super 90 BT5 que por razões nem sempre bem esclarecidas passou por várias mãos e cores nos últimos anos. Entre os seus ex-proprietários mais famosos contam-se nomes como o de Carlos Barbosa (Presidente do ACP), José Megre e o arquitecto Eduardo Souto Moura, o que faz deste Porsche 356 um verdadeiro "carro de celebridades".
O actual dono, Miguel Valente, instalou um novo motor no Super 90 e corrigiu alguns erros de recuperação que transitaram das suas "vidas" passadas de forma a permitir que o EA-50-93 tenha agora uma nova e prolongada presença nas estradas de Portugal.



Monte Carlo 1961

Em Janeiro de 1961 disputou-se a edição nº 50 do Rallye de Monte Carlo, prova já então estabelecida como a mais importante do calendário mundial da especialidade. A equipa nº 191, formada por Fernando Basílio dos Santos / Manuel Mocelek, em Porsche 356 Roadster, foi uma das vinte e sete que escolheram Lisboa como ponto de partida. Iriam percorrer 3,727 quilómetros para chegarem a Monte Carlo num percurso que os levaria a passar por Madrid, Burgos, Bayonne, Mauriac, Saint Flour, Le Puy, Charbonnières, Gap, Digne e Saint Auban.
Infelizmente nenhuma das treze equipas portuguesas que partiram da Rua Rosa Araújo (sede do ACP) conseguiu terminar a prova. Mas não foram as únicas. De facto, dos 305 automóveis que se apresentaram à partida apenas 156 conseguiram classificar-se, o que diz bem da dureza das condições meteorológicas encontradas.
Foto - Centro de Documentação do ACP



O Regresso do "Tony"

A história do "Tony" já aqui foi anteriormente abordada mas voltamos agora ao assunto porque surgiu uma imagem dos seus tempos de plena (ou quase) actividade. Tendo passado pelas mãos de uma dezena proprietários, este belo pré A de Novembro de 1953 chegou às mãos do seu actual dono num estado geral deplorável e decorado na versão "Tony", uma indignidade a que podia muito bem ter sido poupado.
 Trata-se de um Stromlinen Limousine chassis nº 51363, equipado com um motor de 1.300 cc e foi originalmente pintado em vermelho, cor que mantinha quando foi salvo do desaparecimento. Encontra-se em fase de restauro, processo que pode vir a ser um bocadinho demorado.




Desencontros

Por onde andarão estas veneráveis "carcaças", o 356 A Coupé de 1957 da esquerda, chassis 105570,  e o tão maltratado "Roadster" da direita? Este, o BL - 73 - 47, seria um dos dois Porsche 356 Roadster (o outro era o BL - 74 - 09) que estiveram ao serviço da Polícia de Viação e Trânsito e foram destruídos em acidentes separados durante a década de 60.

















Pelo seu interesse pedagógico pareceu-me interessante passar esta esclarecedora troca de comentários para a "frente" do blogue. Como habitualmente, o "Luis" tem toda a razão.
O BL 73 47 está vivo e de boa saude,
está no registo do blog , nao é um Super 90, mas um 1600 super , e antes
esteve numa condiçao pior que a da foto

Luis
16 Fevereiro, 2014
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Anónimo José Guedes disse...
Não me parece. O original era um Roadster T6 (duas grelhas) e o actual é um T5 (uma grelha) Cabrio.
Não terão recuperado apenas a matrícula de um carro que foi abatido?
Nos meus registos consta que o 356 da PVT foi dado como "Write off" após o acidente.
16 Fevereiro, 2014
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Anónimo Anónimo disse...
JG
Não. O carro trazia duas tampas da mala , uma original e outra com duas
grelhas , além do mais a matricula é de um carro de 61, do principio de 61,
portanto um T5. O carro bateu de frente com força , mas curiosamente
estava no nome de um particular .
Tinha o aro do para brisas torto, mas foi recuperado , o proprio piso
estava torto , mas foi bem alinhado .
Luis

Where is Wally?

Mais parece uma nova versão do mundialmente famoso jogo "Where is Wally?", tão em voga na década de 90. Conseguem descortinar o Porsche 356 de João Capucho / Alberto Calçada Bastos no parque fechado de Monte Carlo durante a edição de 1953 do Rallye com o mesmo nome?
Felizmente este carro extraordinário continua em mãos portuguesas. Pertence a Helder Valente, que o comprou ao antigo capitão do Futebol Clube do Porto, João Pinto. Foi visto recentemente em Espanha, respirando energia e vitalidade, durante a visita que o Porsche Clube 356 Portugal realizou a Castilla la Mancha.


Metamorfoses

Até ao momento são pelo menos três as cores que já teve do IG - 50 - 54, o belo 356 B Coupe que hoje vai percorrendo Portugal e a Europa pelas mãos de Cecília e Armando Begonha. 
Na "encarnação" anterior o carro pertenceu a Miguel Lopes da Silva, um bom amigo do autor deste blogue que então resolveu comprar o Porsche para mitigar as consequências de um divórcio algo doloroso. Tinha então uma cor escura, provavelmente o "Smyrna Green". Mais tarde passou para as mãos do seu actual proprietário mas aí já vinha "vestido" de branco, cor que não deve ter sido do agrado de Armando Begonha que pouco depois o fez pintar no actual "silver metallic". Ficará por aqui?



Notícias da Australia

Desculpem a vaidadezinha mas não posso deixar de transcrever o texto deste email  hoje recebido. Ao fim e ao cabo não é todos os dias que se recebe uma mensagem de felicitações vinda do outro lado do mundo onde, como se constata, a história dos Porsche 356 portugueses é seguida com respeito e admiração. Fico encantado, claro.
Junto foto do" armazém" do John Garrett, que admite agora a possibilidade de participar no Meeting do Estoril. Sem palavras.



Hi Jose

Your website is amazing.  The photos of the early cars you post never cease to amaze me.  Where do you find them all?

I love the early 356 and started collecting photos a few years ago.  I have a 55 coupe and a 59d as well.

Please keep up the great work.  Your website is fantastic.

I live in Sydney, Australia.

All the best

John Garrett

Alberto Graça

Rua Rosa Araújo, frente à sede do Automóvel Clube de Portugal. Alberto Graça (à direita) vai partir para a VI edição do Rallye Internacional de Lisboa (Estoril) tripulando o seu novíssimo Porsche 356. Irá terminar a prova no 16º lugar da classificação geral. Joaquim Filipe Nogueira, ao volante de um carro idêntico, seria o vencedor.
Foto - Centro de Documentação do ACP


Maria Helena Duarte Ferreira

Esta imagem terá cerca de 50 anos mas poderia ter sido obtida ontem. Ou quase. De facto, aos 87 anos de idade a senhora da fotografia, Maria Helena Duarte Ferreira, continua bem e recomenda-se. O mesmo poderíamos dizer do carro, o Porsche 356 Cabrio que outrora teve a matrícula EA - 83 - 55 e hoje pertence à Brigada de Trânsito da GNR.
Na imagem de baixo Maria Helena e Octávio Duarte Ferreira conduzem o Porsche 356 em direcção ao arco íris. Em linguagem poética costuma dizer-se que na extremidade do arco íris existe um pote com ouro, significando a Felicidade. Oxalá o tenham encontrado.