Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Rumo a Olivença, parte II

Tudo terá começado com uma cena de "ciúmes". A França não gostava que Portugal mantivesse uma antiga Aliança com Inglaterra e gostava ainda menos que isso permitisse aos ingleses a utilização dos portos marítimos portugueses. Vai daí convenceram os espanhóis a invadirem Portugal, tarefa que se revelou demasiado fácil.
Comandados por Manuel de Godoy, 30 mil espanhóis entraram pelo Alentejo dentro sem pedir licença, tendo sido confrontados com 3 mil portugueses comandados pelo Duque de Lafões, um velho Marechal com 82 anos de idade e que há muito tinha passado à reforma. Os espanhóis ganharam, desta vez, e Portugal teve de assinar o tratado de Badajoz, através do qual considerava integrada no território espanhol a vila de Olivença. 
Resolvida a questão pela via militar, Manuel de Godoy resolveu enviar à rainha Maria Luisa um raminho de laranjeira, sinal de código para o sucesso da empreitada. Só o pobre Rei Carlos IV não percebeu que a Rainha e o Godoy tinham um arranjo e que as laranjas traziam "água no bico".
  Foi para recordar este lamentável episódio que o Porsche Clube 356 Portugal resolveu montar uma expedição motorizada a Olivença, contando com uma "armada" de 14 Porsche 356 (seriam 17, no regresso) e um efectivo de 25 gloriosos "combatentes". 
A população da vila não resistiu à "invasão", bem pelo contrário. O primeiro Guardia Civil que apareceu logo se prontificou a arranjar um parque vigiado para os nosso "coches", permitindo assim que os "invasores" almoçassem tranquilamente e pudessem efectuar uma interessante visita ao riquíssimo património escultural e arquitectónico que os portugueses deixaram nesta terra. Para prevenir qualquer indigna referência aos factos ocorridos em 1801, o Clube 356 fez-se guiar por um professor de História vindo de Estremoz, o dr Carlos Luna, alentejano legítimo e profundo conhecedor da matéria.
À noite, os "guerreiros" repousaram no Rocamador, um mosteiro do século XVII agora convertido em hotel. O local seria bom para os monges de antanho, não tanto para viajantes do século XXI.

No dia do regresso, a caravana foi recebida em apoteose na cidade Elvas, tendo depois "marchado" em direcção à Herdade da Torre do Frade, perto de Monforte, onde a família Carpinteiro Albino tinha preparado um lauto banquete para que os expedicionários pudessem retemperar forças. E se recuperaram… 

No domingo, à saída do Rocamador.
As viandas produzidas no local e que chegam ao mercado com o nome genérico de "Carnalentejana" eram quase tão boas como o extraordinário tinto "Torre do Frade 2006", um vinho com estatuto para competir com o que de melhor se faz em Portugal.
O  Godoy poderá ter conquistado a Rainha, mas nem sabe o que perdeu por não ter ido um pouco mais longe.
Bem feito.

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