Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Barra Compensadora

Como, durante o recente processo de certificação, foi detectado um Porsche 356 que estava equipado com uma mola de compensação na suspensão traseira, o nosso amigo João Folgado teve a gentileza de nos enviar uns diagramas onde se explica o funcionamento da mesma. Este acessório era frequentemente instalado nas versões mais desportivas e na actualidade continua disponível através dos habituais fornecedores de componentes, nomeadamente Stoddard e Hofmann.
Os comentários dos leitores mais entendidos nestas matérias serão muito bem vindos, a bem do esclarecimento de todos.





















Escreve o leitor MM
A suspensão traseira dos 356 funciona como um duplo pendulo em que os pontos fixos são a mola de torsão e o diferencial. Assim, por exemplo, quando se faz uma curva para a esquerda a maioria do peso do carro desloca-se para o lado direito o que faz torcer a mola (barra) de torção. Ao torcer, o braço flexível (o que segura o cubo da roda) diminui o ângulo com o plano horizontal e provoca um ligeiro recuo da roda traseira relativamente ao diferencial. Se imaginarem um pendulo é facilmente perceptível que a distancia ao plano de rotação (não ao ponto) varia consoante o ângulo do pendulo deste um máximo quando o ângulo é 90º até zero nos ângulos de 0 e 180º.Este efeito faz de facto variar tanto a convergência (toe) como o camber (pendulo no diferencial). Assim ao carregar a suspensão de um determinado lado provoca na traseira um aumento do toe (a roda começa a divergir, toe out) e um aumento exagerado do camber, tornando-se muito negativo. Estes efeitos perversos torna o carro particularmente sensível de traseira com tendência a deslocar a traseira quando levado aos limites. Esta solução foi posteriormente abandonada e só usada como um opcional devido ao uso de molas de torção com maior diâmetro que tinham o mesmo efeito. Ou seja endurecer a suspensão de trás o mais possível de modo a variar pouco os alinhamentos.
É obvio que estamos a falar de uma geometria concebida nos anos 50’s que tinha o mérito de ser independente às quatro rodas, mas com um funcionamento algo perverso.


E acrescenta o "Luis":
Existiram 356 que até vieram de serie com esta mola de compensação montada. Eu tive um coupé SC de 1964 que veio nesta configuração. Diz a história que era para prevenir o aparecimento precoce do toe-in no rodado traseiro.
Achei que o comportamento melhorou até velocidades de curva não superiores a 70/80 klms, a partir dai o comportamento era idêntico aos sem  mola.

4 comentários:

  1. Existiram 356 ,que até vieram de serie com esta mola de compensaçao montada .Eu tive coupé SC de 1964 que
    veio nesta configuraçao.Diz a estoria
    que era para prevenir o aparecimento
    precoce do toe-in no rodado traseiro.
    Achei que o comportamento melhorou
    até velocidades de curva nao superiores a 70/80 klms, a partir dai
    o comportamento era identico aos sem
    mola

    Luis

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  2. A suspensão traseira dos 356 funciona como um duplo pendulo em que os pontos fixos são a mola de torsão e o diferencial. Assim, por exemplo, quando se faz uma curva para a esquerda a maioria do peso do carro desloca-se para o lado direito o que faz torcer a mola (barra) de torção. Ao torcer, o braço flexível (o que segura o cubo da roda) diminui o ângulo com o plano horizontal e provoca um ligeiro recuo da roda traseira relativamente ao diferencial. Se imaginarem um pendulo é facilmente perceptível que a distancia ao plano de rotação (não ao ponto) varia consoante o ângulo do pendulo deste um máximo quando o ângulo é 90º até zero nos ângulos de 0 e 180º.Este efeito faz de facto variar tanto a convergência (toe) como o camber (pendulo no diferencial). Assim ao carregar a suspensão de um determinado lado provoca na traseira um aumento do toe (a roda começa a divergir, toe out) e um aumento exagerado do camber, tornando-se muito negativo. Estes efeitos perversos torna o carro particularmente sensível de traseira com tendência a deslocar a traseira quando levado aos limites. Esta solução foi posteriormente abandonada e só usada como um opcional devido ao uso de molas de torção com maior diâmetro que tinham o mesmo efeito. Ou seja endurecer a suspensão de trás o mais possível de modo a variar pouco os alinhamentos.

    É obvio que estamos a falar de uma geometria concebida nos anos 50’s que tinha o mérito de ser independente às quatro rodas, mas com um funcionamento algo perverso.

    MM

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  3. Acrescento que se o ângulo do braço flexível passar do plano horizontal relativamente à estrada (mais carga) ai o comportamento é contrário relativamente ao toe. Neste caso as rodas começas a convergir (toe-in) mas o camber continua sempre a aumentar. De facto algo complexo.

    MM.

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  4. Relembrando as minhas leituras sobre os 356 (mas sem ir agora aos livros ) creio que essa mola compensadora veio montada de serie nos Super 90-isto é nos B que tinham 90 cavalos.Os B 1600 Super, com 75 cavalos, não tinham mola.
    Quando foram lançados em 1963 os C ( 75 cv para o C e 95 cv para o SC ), vinham sem mola pois,segundo li, para o mercado norte americano os carros deviam ser mais macios , e a mola enrijava o comportamento ...
    Porem a mola era uma opção que podia ser especificada na encomenda ou montada posteriormente. O João Carrega tem um carro com mola, e prometeu-me uma feita especialmente para mim em Castelo Branco...
    Estou à espera!

    Abraços do Carlos Duarte Ferreira

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