Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

A Maratona

Com muita pena minha , terminou a edição deste ano das 500 Milhas do ACP , durante as quais os concorrentes percorreram algumas das mais belas estradas do país , seleccionadas por uma Organização impecável e aperfeiçoada pelos quatro anos de experiência que a prova já leva . No meu caso pessoal , a "coisa" começou às 05.23 , em Aveiro , e acabou às 22.24 do mesmo dia , em Tavira , o que perfaz nada menos do que 17 ( dezassete !) horas consecutivas ao volante , com 10 minutos para almoçar . Sim , porque foi necessário sacrificar a hora de almoço para ir abastecer em Espanha , uma vez que as bombas de gasolina de Castelo de Vide ou não funcionam ao sábado ou então foram encerradas , devido aos preços mais competitivos do produto no lado de lá da fronteira . De resto , aproveitavam-se as pequenas paragens antes das PECs para reabastecer e fazer uns chi-chis . Nas couves , claro .
Três dos quatro 356 que partiram de Aveiro chegaram a Tavira sem qualquer sobressalto . Apenas o carro dos Carpinteiro Albino foi obrigado a abandonar , já com a meta à "vista", e quando se batia pela vitória absoluta na prova . Cruel ironia esta , que faz com que alguém que trabalhou arduamente durante dezasseis horas possa ser afastado da competição nos minutos finais só porque , estranhamente , os Porsche também falham . Muito raramente isso acontece , mas acontece .
A "honra do convento" acabou por ser salva por Carlos Duarte Ferreira ( na foto ) , o melhor classificado do "clube" 356 . Os outros dois carros limitaram-se a cortar a meta dentro das respectivas previsões horárias , como se pretendia .
O "carrito do costume" ( o meu , claro ) dispunha apenas do conta quilómetros original e de um bloco de papel e lápis como instrumentos de navegação , ao contrário de muitos dos participantes ( a maioria ? ) que vinham equipados com Brantz , Haldas , Terra Trips ou similares . Talvez fosse oportuno o ACP começar a pensar em provas "biológicas" , ou seja , exclusivamente para carros que apareçam "tal e qual como vieram ao Mundo" , sem recurso a tecnologias mais ou menos sofisticadas para se orientarem . Penso que isso iria atrair muitos "clássicos" de qualidade que agora acumulam poeira nas respectivas garagens .

2 comentários:

  1. Parabéns pelo sucesso! A classificação do "carrinho do costume" está dentro do "costume", e o prazer da prova não é mensurável.

    Quanto aos percalços, não há duas provas iguais, e pela distância envolvida e esforço associado, os imprevistos são parte do ingrediente que dá sabor à aventura.

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  2. Obrigado , Miguel . Desta vez faltou o "abastecimento do costume" , em pleno Alentejo . Mas deu para sentir o apoio dos "primos" VW , sempre tão bem vindo .

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