Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Anos 50 , em Portugal


Folheto publicitário editado em Portugal na década de 50 pelo então representante da Porsche , a Sociedade Guérin LdA .

Crash !

Em Fevereiro de 1966 , Ernesto Neves foi a Silverstone participar numa prova com um Mini Cooper e levou o Porsche para servir de reboque . Desconheço o resultado da corrida mas sei que , à saída do circuito, o nosso futuro Campeão se esqueceu que estava em Inglaterra e ao chegar a um cruzamento ... olhou para o lado contrário ! O resultado é ilustrado na última imagem , um belo Porsche 356 a pedir bate chapa e pintura .
Mas , mesmo assim , lá conseguiu rebocar o Mini de regresso a casa .
Fantástico carro ! O Porsche , claro .



Um Pouco de História ( parte 2)

Dois deles foram destruídos durante a Segunda Grande Guerra, restando apenas um, o Type 64 n.º2, que foi vendido em 1949 ao seu amigo austríaco, o referido Otto Mathe, que o manteve impecável até morrer em 1995. O carro, actualmente, está registado em nome de Dr. Thomas Gruber, que julgo ser a mesma pessoa que escreveu uns livros sobre o 911 RS nos anos 70.
Este Type 64 n.2 também ficou conhecido pelo «T-2222», matrícula que, aliás, ainda hoje possui.A polémica estalou, no entanto, porque foram colocadas as letras "Porsche" no Type 64, em data não apurada, mas segundo a Porsche, terá sido o próprio Ferry a colocar as letras. O certo é que, na altura em que os carros foram produzidos não continham o nome Porsche. Disso estou certo. Até porque tenho muitas fotos dele, naquela altura. Mas quando começou a correr, logo muito cedo apareceram as letras colocadas.O único exemplar que escapou à devastação da guerra, foi exactamente aquele que tinha ficado nas mãos de Otto Mathe (ou mão, já que o homem, ao que parece, era maneta) que, entretanto, conseguiu obter vários sucessos desportivos com o carro na Austria (que escapou à Guerra) tendo chegado a ganhar a Taça Alpina, que na época era uma competição com algum relevo.Para Mathe, obviamente, interessava-lhe defender a teoria que o seu carro era o verdadeiro primeiro Porsche, até porque as letras P-o-r-s-c-h-e encontravam-se colocadas separadamente, uma a uma, como nos primeiros modelos, e não unidas por uma linha que agregava todas as letras como depois se começaram a dispor.Algumas revistas da Porsche começaram a querer defender que o verdadeiro primeiro Porsche não seria o 356/1 mas sim o Type 64 o que gerou um mau estar na empresa a ponto de ostracizarem Otto Mathe.Garantiram-me até (mas não posso confirmar a veracidade desta afirmação), que antes de morrer, Mathe pegou no carro e o levou a Zuffenhauzen para o oferecer à fábrica, mas o porteiro da entrada recebeu instruções para não o deixar entrar dizendo que Ferry Porsche não estava naquela altura e que ele não poderia ser recebido.Mathe nunca mais lá voltou. E o «mal amado» continua, assim, nas mãos de um particular. Toda esta situação gera um certo desconforto e as pouquíssimas pessoas que publicam qualquer coisa relativa a estes dois modelos acabam por se referir ao Type 64 como o protótipo do 356 e ao 356/1 como o "verdadeiro" primeiro Porsche, mas, pelo sim pelo não, metem as aspas, não vá o diabo tecê-las.
Por incrível que pareça, o Jerry Seinfeld colocou a matrícula do Type 64 no seu famosíssimo 356/2-40 o que, aqui para nós, é de um mau gosto atróz.


José Camiña

Um Pouco de História ( parte 1)

"Depois vêem os automóveis e é absolutamente incrível o que a Porsche está a fazer ao Type 64. Para a Porsche AG (ou agora, SE) não restam quaisquer dúvidas sobre qual foi o 1.º carro que levou o nome "Porsche" escrito. Não o emblema/escudo que esse só apareceu em 1952. Referiro-me ao que é considerado o 1.º Porsche, o que pela primeira vez teve o nome Porsche nele inscrito. Para a Porsche AG, esta matéria é considerada indiscutível e indesmentível. É assunto arrumado. É assunto tabu. O 1.º Porsche é o 356 Roadster - chassis-No. 356-001 com o motor No. 356-2-034969, carro construído ainda em Gmünd, na Austria. É o célebre «Porsche n.º1» também conhecido como o «K45-286» que era a sua matrícula. Este carro era um protótipo aberto mas quando foi apresentado na Suiça em 1949, torceram-lhe logo o nariz por se tratar de um descapotável. Ferdinand Porsche desistiu logo de o continuar a produzir naquela versão, dado que lhe encomendaram 5 automóveis para serem para lá enviados. O 1.º Porsche foi também nessa altura comprado por 7.000 francos suissos por Rupprecht von Senger que o vendeu logo a seguir por 7.500. O carro n.º 1 foi muitos anos depois recomprado pela fábrica e desde há vários anos que se encontra exposto no museu em Zuffenhauzen. Até aqui não há polémica nenhuma. Se consultarmos o site da Porsche na internet, verificamos que realmente não restam quaisquer dúvidas que este é efectivamente o primeiro Porsche, o 1.º carro a levar a inscrição «Porsche».O Porsche n.º 1 é considerado pela Porsche como o Porsche original mais antigo do mundo. O segundo Porsche mais antigo que actualmente ainda existe em condições imaculadas é o 356/2-040, construído em 1949 e que deixou de ter alguns componentes em magnésio, passando a ser integralmente em alumínio, sendo também o primeiro Porsche a possuir travões hidráulicos. Este carro n.º 2 foi oferecido à filha do Ferdinand Porsche, Louise Piech que o vendeu em 1953 a Otto Mathe (o piloto maneta e grande amigo do seu irmão Ferry). Um ano após a morte de Mathe, em 1996 este carro foi vendido a um também austriaco Porschista fanático, Franz Rathkolb que, por sua vez, o vendeu em 2003 um outro Porschista ainda mais fanático: o nosso conhecido humorista JERRY SEINFELD.O automóvel que veio trazer um grande transtorno (digo eu) à Porsche, foi o chamado Type 64 criado cerca de 10 anos antes do 356/1, mais concretamente em 1938. Segundo as minhas contas (não são dados oficiais, mas sim da minha cabeça) o Type 64 foi o centésimo décimo veículo concebido por F. Porsche.O Type 64 como ficou conhecido, ou numa denominação mais extensa: 985 L Type 64K 10 Kdf Sports Car, foi criado com a intenção de competir na célebre corrida Berlim-Roma que veio a ficar comprometida pela guerra e desenvolvido a partir do célebre Type 60 rejeitado pela VW, foi construído pelo então Escritório de Design de Ferdinand Porsche que foi instigado a fazê-lo por Adolf Huhnlein, que era um nazi, lider da NSKK. Naquela altura qualquer piloto de automóveis era obrigado a estar inscrito na NSKK. Foi deste a ideia de cobrir os pódios dos grandes prémios com bandeiras nazis. Um dos mais famosos pilotos de corridas que foi obrigado pelo Huhnlein a correr, foi Bernd Rosemeyer nas flechas de prata da Auto Union. Para tanto, Ferdinand Porsche criou três exemplares deste "streamliner", sendo que um deles foi usado durante vários anos, por ele, e pelo seu filho Ferry, como sendo o seu carro pessoal, isto apesar de apenas terem sido registados em 26 de Abril de 1946. Este Type 64 usado pela família Porsche era o terceiro construído e tinha a matrícula «IIIA 0703»."
Colaboração de José Camiña.

Cuidado com as Imitações !

Há um velho princípio da Vida que diz que " um mau original é sempre melhor do que uma boa imitação " e isso deve aplicar-se também aos automóveis . Apesar disso , há quem insista em comprar cópias mais ou menos fiáveis do que bons produtos originais .
Como automóvel mítico que é , o Porsche 356 é um dos modelos mais cobiçados por coleccionadores e entusiastas , mas como o mercado tem poucos produtos originais disponíveis para venda , isso faz disparar o mercado das réplicas . Estas são realizadas maioritáriamente sobre base Volkswagen e preferencialmente copiam os modelos mais caros , ou seja , os Speedster e Cabrios . Óbviamente , tais produtos não devem usar o emblema da Porsche , muito embora frequentemente o façam , nomeadamente em Portugal .
Cuidado , portanto , com as cópias e réplicas . Não é difícil distinguir os verdadeiros Porsche 356 das suas imitações , particularente para quem tenha alguma experiência na matéria . Mas existe abundante literatura disponível para aconselhamento de possíveis compradores e a Internet também disponibiliza toda a informação necessária através de vários sites especializados . Assim , só será enganado quem quiser .



Pedras d´el Rei 2007

Os carros de Pinto Antunes , Vital de Melo e Cardoso Lima vistos pela objectiva de João Veiga , na edição do Rallye Pedras d´el Rei de 2007 . Estas e outras imagens estão disponíveis no site Olhares.com .
Neste trabalho foi usada uma máquina Nikon D50 , com uma exposição de 1/250 sec .

Arruda dos Vinhos , Setembro de 2000

O já conhecido Cabrio da Brigada de Trânsito da GNR lidera um grupo de Porsches de vários tipos , numa concentração do Porsche Clube de Portugal em Setembro de 2000 , na Arruda . Imediatamente a seguir ao carro da outrora "Polícia de Trânsito" vem o 356 Convertible D , de 1958 , de António Simões do Paço . Ainda é possível distinguirem-se mais dois 356 , logo a seguir , mas não são identificáveis .
O 356 da GNR é , ainda hoje , presença assídua em eventos de automóveis clássicos , sendo convidado habitual das organizações do Clube Porsche . Ao que consta , continua em perfeitas condições , como seria de esperar .

Carro Funerário

Embora a chapa de matrícula possa permitir alguma confusão , o pesado ambiente fúnebre que a fotografia documenta não tem a ver com Portugal . Trata-se do funeral do piloto Carel Godin de Beaufort , um aristocrata holandês que encontrou a morte numa das 174 curvas do antigo circuito de Nurburgring ,enquanto testava um Porsche 718 de fórmula 1 .
O Conde De Beaufort foi um dos últimos "gentlemen drivers" a participar em corridas de Grande Prémio , tendo montado a sua própria escuderia e toda uma estrutura privada que lhe permitia bater-se honradamente contra as equipas de fábrica . E gostava particularmente de Porsches , apenas tendo utilizado por duas vezes veículos de outra marca , em toda a sua carreira de piloto de competição .
Naturalmente , teria que ser um Porsche 356 a transportá-lo para a sua última morada , acompanhado por um grupo de amigos onde se destaca o campeoníssimo Graham Hill , em primeiro plano .
Sobra a chapa de matrícula deste carro , devo lembrar que , durante muitos anos , Portugal e Holanda adoptaram esquemas semelhantes na combinação de números e letras e que a confusão só terminou quando entraram em vigor as novas regras impostas pela União Europeia .

Os Rádios dos 356 B ( Blaupunkt )


356-B T-5 Factory Accessory Brochure - February 1960.

Blaupunkt Bremen, AM/Long Wave (transistor).
Blaupunkt Stuttgart, AM/SW/Long Wave push button (transistor).
Blaupunkt Frankfurt, AM/FM/Long wave push button (transistor).
Blaupunkt Frankfurt US, AM/FM/Long Wave push button (transistor).
Blaupunkt Koln, AM/FM/Long wave Automatic (transistor).

4. 356-B T-6 Factory Accessory Brochure - September 1961.

Blaupunkt Bremen ATR, M-L (all-transistor).
Blaupunkt Stuttgart ATR, AM/SW/Long Wave (all-transistor).
Blaupunkt Frankfurt ATR de Luxe, UKW (all-transistor).
Blaupunkt Frankfurt ATR de Luxe, AM/FM/Long Wave (all-transistor).
Blaupunkt Koln ATR de Luxe, UKW Automatic (all-transistor).
Blaupunkt Koln ATR de Luxe, AM/FM/Long Wave Automatic (all-transistor).

Mais Ernesto Neves

Esta será a última fotografia da série "Ernesto Neves em Porsche 356" e documenta a sua participação numa prova complementar do rallye de Encerramento de 1965 . Note-se a presença do "pendura" ( revelado noutra imagem ) de pé , em cima do muro , observando o bom andamento de "Nené" .

Um Luminoso Exemplar

Este é o 356 C que pertenceu a Luis Soromenho e que agora está em mãos para mim desconhecidas . Mas o carro é , seguramente , um dos melhores exemplares existentes em Portugal , recuperado de forma criteriosa pelo seu anterior proprietário , que levou a sua obsessão perfeccionista até aos mais ínfimos pormenores .
Oxalá este 356 continue em Portugal e possa servir de exemplo a outros coleccionadores , para que a preservação de automóveis antigos seja entendida como um trabalho de rigor e cuidado que só trará benefícios a quem o fizer .