Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Anos 50 , em Portugal


Folheto publicitário editado em Portugal na década de 50 pelo então representante da Porsche , a Sociedade Guérin LdA .

Crash !

Em Fevereiro de 1966 , Ernesto Neves foi a Silverstone participar numa prova com um Mini Cooper e levou o Porsche para servir de reboque . Desconheço o resultado da corrida mas sei que , à saída do circuito, o nosso futuro Campeão se esqueceu que estava em Inglaterra e ao chegar a um cruzamento ... olhou para o lado contrário ! O resultado é ilustrado na última imagem , um belo Porsche 356 a pedir bate chapa e pintura .
Mas , mesmo assim , lá conseguiu rebocar o Mini de regresso a casa .
Fantástico carro ! O Porsche , claro .



Um Pouco de História ( parte 2)

Dois deles foram destruídos durante a Segunda Grande Guerra, restando apenas um, o Type 64 n.º2, que foi vendido em 1949 ao seu amigo austríaco, o referido Otto Mathe, que o manteve impecável até morrer em 1995. O carro, actualmente, está registado em nome de Dr. Thomas Gruber, que julgo ser a mesma pessoa que escreveu uns livros sobre o 911 RS nos anos 70.
Este Type 64 n.2 também ficou conhecido pelo «T-2222», matrícula que, aliás, ainda hoje possui.A polémica estalou, no entanto, porque foram colocadas as letras "Porsche" no Type 64, em data não apurada, mas segundo a Porsche, terá sido o próprio Ferry a colocar as letras. O certo é que, na altura em que os carros foram produzidos não continham o nome Porsche. Disso estou certo. Até porque tenho muitas fotos dele, naquela altura. Mas quando começou a correr, logo muito cedo apareceram as letras colocadas.O único exemplar que escapou à devastação da guerra, foi exactamente aquele que tinha ficado nas mãos de Otto Mathe (ou mão, já que o homem, ao que parece, era maneta) que, entretanto, conseguiu obter vários sucessos desportivos com o carro na Austria (que escapou à Guerra) tendo chegado a ganhar a Taça Alpina, que na época era uma competição com algum relevo.Para Mathe, obviamente, interessava-lhe defender a teoria que o seu carro era o verdadeiro primeiro Porsche, até porque as letras P-o-r-s-c-h-e encontravam-se colocadas separadamente, uma a uma, como nos primeiros modelos, e não unidas por uma linha que agregava todas as letras como depois se começaram a dispor.Algumas revistas da Porsche começaram a querer defender que o verdadeiro primeiro Porsche não seria o 356/1 mas sim o Type 64 o que gerou um mau estar na empresa a ponto de ostracizarem Otto Mathe.Garantiram-me até (mas não posso confirmar a veracidade desta afirmação), que antes de morrer, Mathe pegou no carro e o levou a Zuffenhauzen para o oferecer à fábrica, mas o porteiro da entrada recebeu instruções para não o deixar entrar dizendo que Ferry Porsche não estava naquela altura e que ele não poderia ser recebido.Mathe nunca mais lá voltou. E o «mal amado» continua, assim, nas mãos de um particular. Toda esta situação gera um certo desconforto e as pouquíssimas pessoas que publicam qualquer coisa relativa a estes dois modelos acabam por se referir ao Type 64 como o protótipo do 356 e ao 356/1 como o "verdadeiro" primeiro Porsche, mas, pelo sim pelo não, metem as aspas, não vá o diabo tecê-las.
Por incrível que pareça, o Jerry Seinfeld colocou a matrícula do Type 64 no seu famosíssimo 356/2-40 o que, aqui para nós, é de um mau gosto atróz.


José Camiña

Um Pouco de História ( parte 1)

"Depois vêem os automóveis e é absolutamente incrível o que a Porsche está a fazer ao Type 64. Para a Porsche AG (ou agora, SE) não restam quaisquer dúvidas sobre qual foi o 1.º carro que levou o nome "Porsche" escrito. Não o emblema/escudo que esse só apareceu em 1952. Referiro-me ao que é considerado o 1.º Porsche, o que pela primeira vez teve o nome Porsche nele inscrito. Para a Porsche AG, esta matéria é considerada indiscutível e indesmentível. É assunto arrumado. É assunto tabu. O 1.º Porsche é o 356 Roadster - chassis-No. 356-001 com o motor No. 356-2-034969, carro construído ainda em Gmünd, na Austria. É o célebre «Porsche n.º1» também conhecido como o «K45-286» que era a sua matrícula. Este carro era um protótipo aberto mas quando foi apresentado na Suiça em 1949, torceram-lhe logo o nariz por se tratar de um descapotável. Ferdinand Porsche desistiu logo de o continuar a produzir naquela versão, dado que lhe encomendaram 5 automóveis para serem para lá enviados. O 1.º Porsche foi também nessa altura comprado por 7.000 francos suissos por Rupprecht von Senger que o vendeu logo a seguir por 7.500. O carro n.º 1 foi muitos anos depois recomprado pela fábrica e desde há vários anos que se encontra exposto no museu em Zuffenhauzen. Até aqui não há polémica nenhuma. Se consultarmos o site da Porsche na internet, verificamos que realmente não restam quaisquer dúvidas que este é efectivamente o primeiro Porsche, o 1.º carro a levar a inscrição «Porsche».O Porsche n.º 1 é considerado pela Porsche como o Porsche original mais antigo do mundo. O segundo Porsche mais antigo que actualmente ainda existe em condições imaculadas é o 356/2-040, construído em 1949 e que deixou de ter alguns componentes em magnésio, passando a ser integralmente em alumínio, sendo também o primeiro Porsche a possuir travões hidráulicos. Este carro n.º 2 foi oferecido à filha do Ferdinand Porsche, Louise Piech que o vendeu em 1953 a Otto Mathe (o piloto maneta e grande amigo do seu irmão Ferry). Um ano após a morte de Mathe, em 1996 este carro foi vendido a um também austriaco Porschista fanático, Franz Rathkolb que, por sua vez, o vendeu em 2003 um outro Porschista ainda mais fanático: o nosso conhecido humorista JERRY SEINFELD.O automóvel que veio trazer um grande transtorno (digo eu) à Porsche, foi o chamado Type 64 criado cerca de 10 anos antes do 356/1, mais concretamente em 1938. Segundo as minhas contas (não são dados oficiais, mas sim da minha cabeça) o Type 64 foi o centésimo décimo veículo concebido por F. Porsche.O Type 64 como ficou conhecido, ou numa denominação mais extensa: 985 L Type 64K 10 Kdf Sports Car, foi criado com a intenção de competir na célebre corrida Berlim-Roma que veio a ficar comprometida pela guerra e desenvolvido a partir do célebre Type 60 rejeitado pela VW, foi construído pelo então Escritório de Design de Ferdinand Porsche que foi instigado a fazê-lo por Adolf Huhnlein, que era um nazi, lider da NSKK. Naquela altura qualquer piloto de automóveis era obrigado a estar inscrito na NSKK. Foi deste a ideia de cobrir os pódios dos grandes prémios com bandeiras nazis. Um dos mais famosos pilotos de corridas que foi obrigado pelo Huhnlein a correr, foi Bernd Rosemeyer nas flechas de prata da Auto Union. Para tanto, Ferdinand Porsche criou três exemplares deste "streamliner", sendo que um deles foi usado durante vários anos, por ele, e pelo seu filho Ferry, como sendo o seu carro pessoal, isto apesar de apenas terem sido registados em 26 de Abril de 1946. Este Type 64 usado pela família Porsche era o terceiro construído e tinha a matrícula «IIIA 0703»."
Colaboração de José Camiña.

Cuidado com as Imitações !

Há um velho princípio da Vida que diz que " um mau original é sempre melhor do que uma boa imitação " e isso deve aplicar-se também aos automóveis . Apesar disso , há quem insista em comprar cópias mais ou menos fiáveis do que bons produtos originais .
Como automóvel mítico que é , o Porsche 356 é um dos modelos mais cobiçados por coleccionadores e entusiastas , mas como o mercado tem poucos produtos originais disponíveis para venda , isso faz disparar o mercado das réplicas . Estas são realizadas maioritáriamente sobre base Volkswagen e preferencialmente copiam os modelos mais caros , ou seja , os Speedster e Cabrios . Óbviamente , tais produtos não devem usar o emblema da Porsche , muito embora frequentemente o façam , nomeadamente em Portugal .
Cuidado , portanto , com as cópias e réplicas . Não é difícil distinguir os verdadeiros Porsche 356 das suas imitações , particularente para quem tenha alguma experiência na matéria . Mas existe abundante literatura disponível para aconselhamento de possíveis compradores e a Internet também disponibiliza toda a informação necessária através de vários sites especializados . Assim , só será enganado quem quiser .



Pedras d´el Rei 2007

Os carros de Pinto Antunes , Vital de Melo e Cardoso Lima vistos pela objectiva de João Veiga , na edição do Rallye Pedras d´el Rei de 2007 . Estas e outras imagens estão disponíveis no site Olhares.com .
Neste trabalho foi usada uma máquina Nikon D50 , com uma exposição de 1/250 sec .

Arruda dos Vinhos , Setembro de 2000

O já conhecido Cabrio da Brigada de Trânsito da GNR lidera um grupo de Porsches de vários tipos , numa concentração do Porsche Clube de Portugal em Setembro de 2000 , na Arruda . Imediatamente a seguir ao carro da outrora "Polícia de Trânsito" vem o 356 Convertible D , de 1958 , de António Simões do Paço . Ainda é possível distinguirem-se mais dois 356 , logo a seguir , mas não são identificáveis .
O 356 da GNR é , ainda hoje , presença assídua em eventos de automóveis clássicos , sendo convidado habitual das organizações do Clube Porsche . Ao que consta , continua em perfeitas condições , como seria de esperar .

Carro Funerário

Embora a chapa de matrícula possa permitir alguma confusão , o pesado ambiente fúnebre que a fotografia documenta não tem a ver com Portugal . Trata-se do funeral do piloto Carel Godin de Beaufort , um aristocrata holandês que encontrou a morte numa das 174 curvas do antigo circuito de Nurburgring ,enquanto testava um Porsche 718 de fórmula 1 .
O Conde De Beaufort foi um dos últimos "gentlemen drivers" a participar em corridas de Grande Prémio , tendo montado a sua própria escuderia e toda uma estrutura privada que lhe permitia bater-se honradamente contra as equipas de fábrica . E gostava particularmente de Porsches , apenas tendo utilizado por duas vezes veículos de outra marca , em toda a sua carreira de piloto de competição .
Naturalmente , teria que ser um Porsche 356 a transportá-lo para a sua última morada , acompanhado por um grupo de amigos onde se destaca o campeoníssimo Graham Hill , em primeiro plano .
Sobra a chapa de matrícula deste carro , devo lembrar que , durante muitos anos , Portugal e Holanda adoptaram esquemas semelhantes na combinação de números e letras e que a confusão só terminou quando entraram em vigor as novas regras impostas pela União Europeia .

Os Rádios dos 356 B ( Blaupunkt )


356-B T-5 Factory Accessory Brochure - February 1960.

Blaupunkt Bremen, AM/Long Wave (transistor).
Blaupunkt Stuttgart, AM/SW/Long Wave push button (transistor).
Blaupunkt Frankfurt, AM/FM/Long wave push button (transistor).
Blaupunkt Frankfurt US, AM/FM/Long Wave push button (transistor).
Blaupunkt Koln, AM/FM/Long wave Automatic (transistor).

4. 356-B T-6 Factory Accessory Brochure - September 1961.

Blaupunkt Bremen ATR, M-L (all-transistor).
Blaupunkt Stuttgart ATR, AM/SW/Long Wave (all-transistor).
Blaupunkt Frankfurt ATR de Luxe, UKW (all-transistor).
Blaupunkt Frankfurt ATR de Luxe, AM/FM/Long Wave (all-transistor).
Blaupunkt Koln ATR de Luxe, UKW Automatic (all-transistor).
Blaupunkt Koln ATR de Luxe, AM/FM/Long Wave Automatic (all-transistor).

Mais Ernesto Neves

Esta será a última fotografia da série "Ernesto Neves em Porsche 356" e documenta a sua participação numa prova complementar do rallye de Encerramento de 1965 . Note-se a presença do "pendura" ( revelado noutra imagem ) de pé , em cima do muro , observando o bom andamento de "Nené" .

Um Luminoso Exemplar

Este é o 356 C que pertenceu a Luis Soromenho e que agora está em mãos para mim desconhecidas . Mas o carro é , seguramente , um dos melhores exemplares existentes em Portugal , recuperado de forma criteriosa pelo seu anterior proprietário , que levou a sua obsessão perfeccionista até aos mais ínfimos pormenores .
Oxalá este 356 continue em Portugal e possa servir de exemplo a outros coleccionadores , para que a preservação de automóveis antigos seja entendida como um trabalho de rigor e cuidado que só trará benefícios a quem o fizer .

Rallye Encerramento , 1965

Ainda Ernesto Neves , desta vez com o 356 SC , no Rallye de Encerramento de 1965 . Desconheço a identidade do "pendura" , que curiosamente se apresenta de fato e gravata , bem ao gosto da época .
Foi tão grande o número de vitórias do "Nené" , durante a sua carreira , que se conta que , em determinada altura , sem espaço para guardar as taças de prata que conquistava , as mandou fundir para fazer um capacete de competição ! ... Não seria muito confortável - talvez um pouco pesado até - mas era , seguramente , o capacete mais "chique" do desporto motorizado nacional e, possívelmente , internacional .

Pedro Líbano Monteiro

O bonito Cabrio Super 90 B , de 1960 , de Pedro Líbano Monteiro fotografado num lugar , não divulgável , onde aos sábados se celebra com champanhe , o (bom) gosto pelos automóveis antigos . Um Jaguar XKSS , um Ferrari 275 GTB , um Bristol 404 (?) , um Jaguar E Coupe , etc , eram parte da maquinaria presente no dia em que a fotografia foi obtida .

Rallye de S. Martinho 1964

O cenário é conhecido e a prova complementar do rallye de S. Martinho de 1964 desenrola-se na Praia das Maçãs . Até aqui tudo certo , mas ... estará o 356 C de Ernesto Neves virado "ao contrário" , como parece ?
Não é verdade . O troço cronometrado consistia em fazer o mesmo percurso em ambos os sentidos , proporcionando aos inúmeros espectadores um duplo espectáculo . Desconheço a classificação final mas sei que esta foi uma das primeiras experiências de "Nené" em competição . Consta , até , que o nosso futuro campeão ainda não tinha "carta" quando comprou este carro e que recorria aos serviços do motorista da família para poder circular por Lisboa e arredores ...


Ernesto Neves

É ( era ...) um segredo bem guardado . Ernesto " Nené" Neves , um dos mais bem sucedidos pilotos da história do automobilismo desportivo português , começou a sua carreira ao volante de dois Porsche 356 , um SC , aqui documentado , e um C , de que falarei mais tarde .
As imagens que junto são relativas à Volta a Portugal de 1965 , em formou equipa com Basílio dos Santos , já então um piloto consagrado , e que foi responsável pelo "gordo" patrocínio atribuído pela Sacor , a petrolífera do Estado , para esta prova .
O carro pertencia a Ernesto Neves , que tinha apenas 19 anos e uma experiência muito limitada em competição automóvel , fosse ela rallye ou velocidade .
Note-se o depósito extra de combustível , amarrado na grelha traseira , e o enorme farol de marcha atrás , muito em voga na época .
Resultado ? Vencedores absolutos , como não podia deixar de ser .
PS - Agradeço ao "Nené" Neves as dezoito fotografias que me facultou e que oportunamente irão aparecendo neste blogue .



Rétroviseur

A edição de Outubro desta excelente revista francesa de clássicos dedica mais de vinte páginas aos Porsche 356 , começando com a história do modelo , desde a sua concepção por Ferry Porsche e Erwin Komenda , no pós-guerra , até ao final da sua produção , em 1965 . Há também sugestões para melhoramentos e conservação dos carros , bem como uma curiosa história sobre o Coupé 356 B que serviu de transporte pessoal do Presidente Pompidou , enquanto esteve no Palácio do Eliseu .
Com um pouco de sorte e preserverança , talvez seja ainda possível encontrar algum exemplar esquecido nas bancas de jornais e revistas . Caso contrário , podem encomendar números atrasados através do site da publicação em http://www.retroviseur.fr/ .
Agradeço o meu exemplar ao Duarte Pinto Coelho , junto de quem a minha dívida de gratidão não pára de crescer .

Volta à Galiza 2004

O 356 C de Jorge Leite ostenta orgulhosamente o nº 1 da Volta à Galiza de 2004 .

Pedras D´el Rei 2006


Os 356 B de Pinto Antunes e António Cardoso Lima no clássico rallye Pedras D´el Rei 2006
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Paragens Prolongadas

Embora possa parecer , este não é ( felizmente ) o meu carro . Mas isto é o que pode acontecer se deixarmos o nosso "brinquedo" favorito , durante algumas semanas , debaixo de uma árvore frondosa e ... cheia de pombos !
Mas as paragens nunca são benéficas , como acabei de comprovar . Tendo decidido ausentar-me por alguns dias , resolvi dar uma lavagem ( há muito merecida ) ao meu 356 , e de seguida estacionei-o na garagem , fechado , travado e ainda húmido . Quando regressei e as saudades eram mais do que muitas , "mergulhei" no habitáculo , dei à ignição , o motor "acordou" , engrenei a primeira e ... nada , o carro não se mexeu !
Seguiram-se várias tentativas , espreitei por baixo do chassis para ver se alguém tinha deixado um tijolo esquecido , mas não , não havia qualquer impedimento visível . Só que o velho Porsche continuava teimosamente imóvel e "colado" ao piso da garagem , resistindo estóicamente aos 90 cavalos do motor que ruidosamente tentavam quebrar o enguiço .
Nada . Percebi , então , que uma das rodas da frente estava bloqueada pelo respectivo travão , que impedia qualquer movimento . De imediato parti para a Internet , à procura de soluções para tão bizarro acontecimento , mas o que vi no 356 Registry e noutros sites , deixou-me ainda mais preocupado , pois defendia-se o recurso a ar comprimido , maçaricos e diversas gorduras para conseguir o desbloqueamento do travão . Uma enorme "mão de obra" em perspectiva , era o que me esperava .
Foi então que resolvi levantar o carro e remover a roda , para ver o que havia por detrás da jante , algum sinal que explicasse o fenómeno . Foi então que se deu o "milagre" : ao desapertar os parafusos , a roda cedeu e o travão desbloqueou , para grande alegria e alívio deste vosso escriba .
Aqui fica , portanto , a sugestão . Em caso de bloqueio do travão de tambor de qualquer das rodas , poderá ser útil levantar o carro e actuar sobre os parafusos da jante em causa . Coincidência ou não , desta vez resultou . A alternativa será sempre muito mais penosa .
PS - E também não é boa ideia guardar o carro imediatamente a seguir a uma lavagem .

Vila do Conde , Agosto de 1968

356B Versus MGB
A história do João Paulo Sottomayor ter corrido em Vila do Conde em Agosto de 1968, e ainda para mais com o nº 69, é digna de ser contada, até porque o João Paulo Sottomayor nem era para ter participado, pois nessa altura tinha o Porsche preparado para rallyes (ver os faróis suplementares à frente...). Só que na véspera, uns amigalhaços que iram entrar com os MGB mandaram "uma boca" na sede do Estrela e Vigorosa Sport para o João Paulo ouvir:
"Gostávamos era de «comer» um Porsche em Vila do Conde..."
Ouvindo isto, o João Paulo Sottomayor pega numa folha de inscrição, assina por baixo e só põe o "69" como nº de participante...
O que é certo é que na prova andou sempre à frente dos MGB, sendo o único que lhe fez frente o do seu amigo Nuno Carneiro (correndo sob o pseudónimo de "Ed Crow") que não o largou até ao fim... Na última volta, na aproximação à penúltima curva ("seca do bacalhau"), o João Paulo vê que o Nuno Carneiro se prepara para o passar por fora, já com duas rodas na areia da berma... Iam a 180/190 km/h, e contou-nos o João Paulo:
"Ó Carlos, imagine o que é eu fazer a minha trajectória normal na curva! Punha o Nuno fora de pista e ele ia parar ao rio! Claro que tive de facilitar... e aí o Nuno passa-me na travagem para a curva do Castelo, pois vem por fora..." (na altura não havia ainda o problema de partes sujas da pista ou partes limpas... e questões de mais ou menos aderência...).
- Texto e fotos de Carlos Gilbert


Na foto de cima vê-se o 356 e um dos MGB a serem ultrapassados pelo Porsche 911R de Mané Nogueira Pinto , que venceria a categoria , enquanto que em baixo se dá conta do encontro imediato do João Paulo com os fardos de palha , na curva do "judeu" . A corrida dessa tarde seria ganha por um tal Carlos Gaspar , ao volante de um ... Ford GT40 !!!!

Ignição Electrónica

A Pertronix ( http://pertronix.com/ ) apresenta um interessante leque de soluções para acabar com os habituais problemas de distribuição nos motores Porsche 356 , substituindo o sistema de distribuidor tradicional por uma ignição electrónica que dispensa platinados , afinações , etc.
Segundo informações que recolhi , o sistema é eficiente e fiável , melhorando a performance do motor e até os consumos , pois a ignição é optimizada através de uma gestão rigorosa da energia disponível .
Em breve estarei em condições de dar a minha opinião , pois o meu Pertronix já está a caminho .
O "package" custa perto de 100 dólares e mais uns "trocos" para transporte , o que até é um preço interessante se atendermos ao valor relativo actual da moeda americana . Não esquecer de mencionar , no acto da encomenda , se o equipamento se destina a um carro de 6 ou 12 volts . Esta informação é vital , por razões óbvias.

Algarve Classic Cars 2004

O 356 Convertible D , de 1958 , de Tiago Lobo do Vale , foi o vencedor absoluto ( classificação ponderada ) do Rallye Algarve Classics de 2004 . Apenas mais uma das muitas vitórias que os 356 coquistaram e vão continuar a conquistar , por muitos anos ainda .

Robert Giannone

Robert Giannone , um veterano das provas de Rallye e Velocidade das décadas de setenta e oitenta , aparece aqui no rallye dos Templários de 2004 , com um 356 B cabrio .

Volta a Portugal 2006

O Porsche 356 C de Luis Soromenho / António Coucello seria o vencedor na sua classe , onde também se qualificou o carro idêntico de Carlos Duarte Ferreira / Vasco Pinto Basto .
Esta seria a última vitória do Luis Soromenho ao volante do belíssimo 356 prateado , que depois seria trocado por ... um Jaguar ! Consta que já se terá arrependido .
Note-se que este mesmo carro também participou na "Volta" de 2005 , mas com outra tripulação .


Volta a Portugal 2005

Os carros de Fernando Carpinteiro Albino/ G. Albino e Luis Bouceiro/ Paulo Carrasco , à partida para a Volta a Portugal 2005 , frente ao Casino Estoril .


A Bíblia do Restaurador

Está lá tudo, desde o farolim às válvulas , das cadeiras ao volante , do espelho aos pneus , etc .
Este é um manual exaustivo , que descreve em pormenor todos os diferentes componentes dos Porsche 356 ao longo de quase quinze anos de produção , e que se torna numa ajuda preciosa para quem pretenda fazer um restauro sério , uma vez que se sabe que todos os anos eram introduzidas em todos os modelos modificações e melhoramentos , e que isso torna difícil fazer com que um carro de hoje possa reproduzir com rigor os detalhes da época em que foi fabricado .
O "The 356 Porsche Restorer´s Guide to Authenticity" contém todas as informações necessárias ao bom desempenho do restaurador . Pode ser adquirido através do eBay ou do Amazon.com e o preço anda à volta de 20 euros , mais coisa menos coisa .
Vale francamente a pena adquirir este documento de referência , mesmo que se não pretenda alguma vez levar o carrinho até Pebble Beach ou a qualquer outro concurso de clássicos . De resto , duvido que mesmo os juízes destes eventos consigam ser tão rigorosos e conhecedores dos Porsche 356 como o autor deste guia , o Dr. B. Johnson , que acumula muitos anos de investigação e experiência com dedicação exclusiva a este modelo .

Tour de France 1952

Joaquim Filipe Nogueira foi um dos maiores pilotos portugueses de sempre e um dos primeiros a "dar o salto" , tendo participado em várias provas no estrangeiro numa altura em que isso era uma verdadeira raridade , pois era difícil encontrar apoios financeiros e era frequente serem os próprios concorrentes a terem de financiar as suas aventuras automobilísticas .
Filipe Nogueira foi também um dos primeiros pilotos a utilizar os Porsche 356 , quer em circuito quer em rallye , com assinalável sucesso .
A imagem documenta a sua passagem na zona de Nice durante a Volta a França de 1952 , uma prova de longa distância comparável ao Rallye de Monte Carlo , em que também participou . É também conhecida a sua participação em provas de velocidade no Circuito de Nurburgring , nesse mesmo ano , ao volante de um 356 alugado para o efeito .

500 Milhas 2006

Estas fotografias fazem parte da colecção Vítor Santos , que as cedeu para este blogue , e documentam os 356 Roadster , de 1960 , de Pedro Cunha e o SC , de 1964 , de Carlos Duarte Ferreira .


As Imagens de Vítor Santos

Como se pode verificar pela fotografia junto , estou com óbvias dificuldades em arranjar material para publicar , o que me leva a recorrer ao "carrito do costume" para ir acrescentando algum material a este blog .
Desta vez , porém , trata-se de dar a conhecer um excelente fotógrafo - Vítor Santos - que segue com verdadeira paixão tudo o que se passa em Portugal em matéria de Clássicos . É dele a fotografia que ilustra este post , obtida durante as últimas 500 Milhas do ACP , algures no país profundo . Realmente tenho ideia de ter visto um "pelicano" em plena estrada , mas não imaginava que fizesse fotografias tão boas e tão eloquentes , como neste caso , em que o cenário fala por si .
Futuramente irei publicar mais imagens do Vítor Santos , até porque ele se dispôs a enviar-me material sobre os 356 que fôr encontrando por essas estradas de Portugal . Era fantástico se mais leitores colaborassem , pois assim apareceria menos o tal "carrito do costume" .
O endereço de mail está em "ACERCA DE MIM - ver o meu perfil completo " , no lado direito do blog .

48 Horas do Alentejo 2007

Desta vez vou ter que fazer um pouco de "auto promoção" , já que o meu 356 era o único representante da espécie nesta edição do magnífico rallye que o Luis Brito todos os anos realiza no deslumbrante cenário do Outono alentejano .
Mas o venerável carrinho cumpriu bem a sua missão e permitiu à minha equipa arrecadar um excelente terceiro lugar na categoria "F", com direito a troféu e tudo . E com setenta carros inscritos , sublinhe-se , para que não restem dúvidas aos cépticos do costume , que logo diriam "que eram apenas três" e outros mimos mais ou menos recorrentes .
Agora a sério , foi mais uma belíssima experiência que a todos recomendo . A organização da prova é impecável , as estradas são muito bem escolhidas , a gastronomia é fantástica , enfim , um fim de semana sempre a pedir mais .
Pena que ainda faltem doze meses para a edição de 2008 !


João Gomes

Circuito da Boavista , Porto 2007